terça-feira, dezembro 23, 2008
segunda-feira, dezembro 22, 2008
domingo, dezembro 14, 2008
Um regresso...
Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.
Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada
Rui C. (2008)
Sempre sedutora... saudades!
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sábado, dezembro 06, 2008
Se por acaso ouvires esta mensagem
Há palavras que, uma vez ouvidas, nos mudam para sempre. Devias saber isso, afinal não eras tu mesmo que o dizias? É isso que pretendo, falando: mudar-te.
Se me ouvires, não poderás continuar como és, alguma coisa em ti se transforma e te coloca em movimento. Mesmo que apenas dês, na minha direcção, o menor dos teus passos. Foi isso que sempre disseste. Mas provavelmente esqueceste tudo o que dizias, desde que te foste embora. Passaste por aqui mas partiste, e cortaste atrás de ti todas as amarras. E agora não há nada que me ligue a ti, nenhuma corda, ou cabo, ou fio telefónico. Estamos aliás na era dos telefones sem fios, das ondas de som que andam pelo ar, chegam aos satélites, ao espaço, à espera de serem ouvidas.
No entanto, não sei se me ouves. Se podes, ou queres, ouvir-me, ou se é de todo impossível a minha voz alcançar-te. Talvez a dificuldade não esteja na transmissão da minha voz, não há dificuldades de transmissão nesta era de maravilhas tecnológicas. Talvez a dificuldade, ou a falha, esteja só em ti. Não consigo imaginar o teu rosto. É possível que não tenhas orelhas, nem olhos, nem ouvidos, e o teu rosto seja muito diferente do que imagino. Talvez seja o rosto de um monstro.
Quando penso em ti, é como se tudo fosse fácil, como numa comunicação telepática. Quase sinto o teu olhar sobre mim, quando levanto os olhos. E então nem preciso de palavras, tudo é absoluto e imediato, numa fracção de segundo transmiti-te tudo o que queria dizer-te, e tu captaste.
Mas sei que é puramente imaginação.
Nenhuma nave espacial pousa diante de mim e abre uma porta de luz, de onde tu sais. Se abrir a janela, tudo o que vejo para além dela é a noite.
Na cidade não se vêem as estrelas, o céu é opaco de nevoeiro e fumos. As noites são longas, do outro lado da janela. Longas e vazias. É por isso que por vezes, em noites como esta, em que não consigo dormir e caminho como sonâmbula entre a janela e a porta, penso em ti e te imagino, como se pudesses estar ligado a mim por um fio qualquer. Tudo seria muito fácil, penso, se existisse esse fio. Haveria um nexo, uma finalidade em tudo, haveria um objectivo, que, pelo menos para ti, seria perceptível, mesmo que eu não o compreendesse. Eu estaria, como vês, pronta a aceitar a minha inferioridade, em relação a ti, a admitir que a minha inteligência não alcança o mesmo que a tua, que os teus olhos vêem muito mais longe que os meus. Se houvesse um fio a ligar-nos. Se tu mesmo tivesses atado esse fio.
Eu poderia então aceitar praticamente tudo, mesmo o mal, a loucura, o horror, o absurdo, porque estarias comigo e serias, no fim de contas, responsável. Pelo menos tanto como eu. Ou, provavelmente, mais do que eu.
Sim, a responsabilidade, no fim de contas, seria sobretudo tua. Mas, como eu te aceitaria superior a mim, acreditaria que terias sempre razão, o que quer que fizesses. Mesmo quando me parecesse que agias contra mim e me punhas dificuldades no caminho, como se te desse prazer fazer-me torcer os pes e cair. Até isso, ou qualquer outra coisa, eu aceitaria. Se estivesses comigo.
Até esta pequena mancha na pele eu aceitaria. Este mal, que primeiro começou por ser uma pequena mancha na pele e a que a princípio nem dei importância, pensando que era do excesso do sol, ao lado de um homem que eu amava.
Até perceber que aquela pequena mancha, que depois alastrava, vinha do homem que eu amava, porque eu me tinha deitado com aquele homem que eu amava.
Fiquei em estado de choque muito tempo, como se não conseguisse acordar. Até que acordei e corri ao médico. Para ouvir o que eu suspeitava, o que ele também suspeitava, e ficou de repente muito claro, preto no branco, nas análises.
Está tudo no sangue, e ele não mente, uma gota de sangue é o bastante para que te digam tudo.
Disseram-me, e eu ouvi. Mas não posso guardar só para mim essas palavras, tenho de dividi-las com alguém, desde logo contigo.
Claro que havia também o homem que eu amava, é claro que falámos disso, da culpa dele, porque não me disse, e deveria ter dito, da distância que, a partir daí, se cavou entre nós, pela traição das palavras não ditas.
Mas antes dele, estavas tu, que também me deverias ter protegido e falhaste. Se alguém me traiu, foste primeiro tu. Também eu me deveria ter protegido mais, sei que vais dizer isso, ou sei que dirias, se falasses comigo. Mas proteger-me como? Os preservativos rebentam, ou não sabes disso? Não podes fingir sempre que és alheio a tudo: se um homem que eu amava me traiu, foi porque, primeiro, tu me abandonaste.
Deixaste-me cair na noite, no meio do nevoeiro e do fumo. Devias estar na minha vida, junto de mim, e não estavas. E o que acontece comigo não te importa. Culpa minha? Não, culpa tua. Sei que estou a gritar, e que mesmo assim não me ouves, porque não estás aqui. Se estivesses eu sacudia-te pelos ombros, batia com os punhos nos teus ombros, sufocaria a voz no teu peito, esconderia o rosto nos teus braços. Faz qualquer coisa, gritaria até perder a voz. Faz qualquer coisa por mim.
O meu rosto estaria roxo de cólera e eu continuaria a gritar até ter a certeza de que me ouvias. Porque eu não mereço, tu sabes melhor do que ninguém que não mereço. Justamente agora. Quando tudo se ajeitava na minha vida, que parecia finalmente resolver-se.
Tinha um homem que amava, e um trabalho que me sustentava. O mínimo, dirás tu. Mas quase ninguém tem esse mínimo, é assim o mundo. Vive-se em falta, e em falha. o comum dos mortais vive em falta, e em falha. Toda a gente sabe disso, aparentemente, menos tu. E agora? Agora, como sempre, não te importas, e não moves nem o menor dos teus dedos. Aparentemente, não podes fazer nada por mim. Nunca pudeste. Deixaste-me cair no meio da noite.
Nem sequer me ouves, por muito que eu grite. Nunca vais ouvir esta mensagem. Mas se por acaso a ouvires, Deus, se por acaso ouvires esta mensagem, não afastes de mim o teu rosto: não cortes este fio de palavras que vou estendendo entre mim e ti, porque não me resta mais nada senão este fio imaginário - provavelmente tu não existes e falo sozinha, no nevoeiro e na noite, mas se por acaso existires e ouvires esta mensagem, não cortes o fio, Deus, não cortes este fio de palavras, e fica a escutar-me. Até ao fim.
in "A Mulher Que Prendeu a Chuva" - Teolinda Gersão
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sexta-feira, dezembro 05, 2008
Your Love Alone Is Not Enough
"Your Love Alone Is Not Enough"
Manic Street Preachers
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quinta-feira, novembro 20, 2008
terça-feira, novembro 18, 2008
Ao rubro...
Simplesmente... Fabulástico!!!
Deolinda
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terça-feira, novembro 11, 2008
Nostalgias
como o tempo passa...
trim... trim...
sim...? foi hoje!
já? sim...
[a very beautiful day]
sei onde estava...
:-D
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domingo, novembro 09, 2008
Outono
O Outono
O Outono vem vindo, chegam melancolias,
cavam fundo no corpo,
instalam-se nas fendas; às vezes
por aí ficam com a chuva
apodrecendo;
ou então deixam marcas, as putas,
difíceis de apagar, de tão negras,
duras.
in "O Outro Nome da Terra"
Eugénio de Andrade
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sexta-feira, outubro 17, 2008
Imitação de Rilke
Imitação de Rilke
Alguém que me espia do fundo da noite
Com olhos imóveís brilhando na noite
me quer.
Alguém que me espia do fundo da noite
(Mulher que me ama, perdida da noite?)
Me chama.
Alguém que me espia do fundo da noite
(És tu, Poesia, velando na noite?)
Me quer.
Alguém que me espia do fundo da noite
(Também chega a Morte dos ermos da noite…)
Quem é?
Vinicius de Moraes - in 'Antologia Poética'
Soprado por Rui à(s) 01:40 0 fragrâncias
domingo, setembro 14, 2008
Sugestão #9
:-)
"Our Love Goes Deeper Than This"
Duke Special
(with Neil Hannon)
Soprado por Rui à(s) 12:55 0 fragrâncias
quinta-feira, setembro 11, 2008
quarta-feira, setembro 10, 2008
Random Thoughts #7
No caminho do ser
Soprado por Rui à(s) 04:22 2 fragrâncias
Sugestão #8
(...)
But I will run until my feet no longer run no more
And I will kiss until my lips no longer feel no more
And I will love until my heart it ache
And I will love until my heart it breaks
And I will love until there's nothing more to live for
(...)
"Run" - Amy MacDonald
Viciante...
Amy MacDonald
Soprado por Rui à(s) 01:48 0 fragrâncias
Sugestão #7
Um filme espectacular...
Uma banda sonora esplêndida!
E uma história (de amor) magnífica!
A Guy and a Girl in Dublin...
(oh Dublin)
"Miluju Tebe"
(Wherever you are)
Soprado por Rui à(s) 01:16 5 fragrâncias
Oito...
mas eu sei que és compleensivo...
E vão oito!!!
Soprado por Rui à(s) 01:08 0 fragrâncias
terça-feira, agosto 26, 2008
Uma ligeira sensação de...
Soprado por Rui à(s) 23:21 3 fragrâncias
segunda-feira, agosto 11, 2008
Retrato
Um silêncio, um olhar, uma palavra:
Nasceste assim na minha vida,
Inesperada flor de aroma denso,
Tão casual e breve…
Já te visionara no meu sonho,
Imagem de segredo esparsa ao vento
Da noite rubra, delicada, intacta.
E pressentira teu hálito na sombra
Que minhas mãos desenham, inquietas.
Existias em mim… O teu olhar
Onde cintila, pura, a madrugada,
Guardara-o no meu peito, ó invisível,
Flutuante apelo das raízes
Que teimam em prender-te, minha vida!
Luís Amaro
Soprado por Rui à(s) 23:17 7 fragrâncias
sexta-feira, agosto 08, 2008
Divagações virtuais
08-08-08
- Sabes que dia é hoje?
- ... Sexta?!?
- Não... Não o dia da semana , mas o dia em si...
- Oito... mas porquê? Por causa início dos Jogos Olímpicos?
- Ainda não reparaste? É um "dia mágico"...
- ?!?!
- 08-08-08!!!
- E...?
- Sabias que na cultura chinesa, o número "oito" é significado de prosperidade?
- Daí, presumo ser o teu preferido...
- [lol] Por acaso... mas não por essas razões! Acho piada aos números e simpatizo bastante com o "oito"... My lucky number! Quando era miúdo achava piada às pessoas que marcavam casamentos em "dias mágicos" e sempre achei que num dia mágico a "oitos" seria mais engraçado...
- As coisas de que te lembravas... Eras mesmo tonto! :) E na altura pensavas que podias vir a casar num dia como o de hoje...?
- :) E tu não tens um número preferido?
- Mas ainda não me disseste o porquê de gostares do "oito"... Muita gente gosta do "sete" por ser o número da sorte!
- O "oito" é um infinito... gosto de coisas que durem!
- Como uma relação... ou um casamento?
- Ai essa ironia...
- Achas que é ironia? Hoje em dia as coisas são tão fugazes... lábeis... Nós mulheres, de uma maneira geral, prezamos as coisas duradouras, mas hoje em dia as coisas estão tão difíceis...
- Como terá dito alguém: "O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem." Achas que é o lema actual?
- É e não é! Acho que viver com intensidade é bom, mas não é tudo! Acho que hoje em dia se vive numa sociedade de consumo imediato: Fast-food, Fast-love... as pessoas confundem paixão e amor! Querem que a paixão, a excitação e o empolgamento durem para sempre, mas...
- ...isso, naturalmente, não acontece!
- Há que saber fazer a transição da paixão para o amor... Saber viver com serenidade, aceitar as diferenças, fazer cedências... aceitar também aquelas "pequeninas" coisas que até se acha piada ao princípio, mas que nos vão secretamente irritando... Enfim..., viver o amor!
- Acho que é isso mesmo...
- Sabes o que o meu ex teve a lata de me dizer antes de me deixar?
- ...
- ... Que eu tinha sido o amor da sua vida, mas que não tinha sido a paixão da vida dele... No dia seguinte fez duas malas e abalou porta fora!!!
- Sem mais?
- Sem mais... Eu já suspeitava que ele andava já atrás de outra! Veio a confirmar-se mais tarde!
- Acho que ele nunca te amou de verdade... :(
- Ele nunca me aceitou como sou, mas eu tinha de aceitá-lo sem reservas... Depois do que vivi com ele nos últimos tempos, acho que vou ficar melhor sozinha! Pelo menos durante uns tempos. Pode ser que depois até me apareça um sapo pelo caminho...
- Vê lá se não te casas com um gajo da EMEL... [lol]
- Só se for para me desbloquear o carro quando o estacionar em cima dos passeios!
- tss tss
- Mas como começou esta conversa?
- Não te lembras? Foi por causa de um "oito"... :$
- Xiii... Que horas são?
- Oito e oito... :)
- Acho que tenho de ir. De caminho, vou à procura do Cocas!
- [lol]
Soprado por Rui à(s) 22:53 2 fragrâncias
sexta-feira, agosto 01, 2008
quinta-feira, julho 31, 2008
Palavras ao Vento
Foto: L.Ag
Nos meus lugares de silêncio
Os dias são plenos de espaço
E em todos te sorrio
Na esperança que as palavras
Que carrego comigo
Não sejam apenas sangue
Mas também como marés
Que beijam as praias
Com ósculos de espuma...
"Palavras Desgarradas" - R. Lima
Soprado por Rui à(s) 13:26 0 fragrâncias
quinta-feira, julho 24, 2008
Flying...
Viva La Vida or Death and All His Friends - Coldplay
Soprado por Rui à(s) 21:42 0 fragrâncias
domingo, julho 20, 2008
quinta-feira, julho 17, 2008
Havia um homem que corria...
O orvalho de muita manhã.
Corria de noite, como no meio da alegria,
pelo orvalho parado da noite.
Luzia no orvalho. Levava uma flecha
pelo orvalho dentro, como se estivesse a ser caçado
loucamente
por um caçador de que nada sabia.
E era pelo orvalho dentro.
Brilhava.
(...)
Pelo orvalho dentro.
De dia. De noite.
A sua cara batia nas candeias.
Batia nas coisas gerais da manhã.
Havia um homem que ia admiravelmente perseguido.
Tomava alegria no pensamento
Do orvalho. Corria.
(...)
- como no meio do orvalho o amor é total.
Havia um homem que ficou deitado
com uma flecha na fantasia.
A sua água era antiga. Estava
tão morto que vivia unicamente.
Dentro dele batiam as portas, e ele corria
pelas portas dentro, de dia, de noite.
Passava para todos os corpos.
Como em alegria, batia nos olhos das ervas
que fixam estas coisas puras.
Renascia.
Herberto Helder - "Elegia Múltipla, III"
in "Ou o Poema Contínuo"
Soprado por Rui à(s) 01:27 0 fragrâncias
quarta-feira, julho 09, 2008
Abraçonhando
Sonhei... que daqui te abraçava, eterna e ternamente... a ti cidade bela, minha amante... minha feiticeira!
Soprado por Rui à(s) 23:30 0 fragrâncias
sábado, julho 05, 2008
Quase...
Ainda pior que a convicção do não
e a incerteza do talvez
é a desilusão de um quase.
É o quase que me incomoda,
que me entristece, que me mata
trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga,
quem quase passou ainda estuda,
quem quase morreu está vivo,
quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades
que escaparam pelos dedos,
nas chances que se perdem por medo,
nas idéias que nunca sairão do papel
por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes,
o que nos leva a escolher uma vida morna;
ou melhor não me pergunto, contesto.
A resposta eu sei de cor,
está estampada na distância
e frieza dos sorrisos,na frouxidão dos abraços,
na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados.
Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz.
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.
Talvez esses fossem bons motivos
para decidir entre a alegria e a dor,
sentir o nada, mas não são.
Se a virtude estivesse mesmo no meio termo,
o mar não teria ondas,
os dias seriam nublados
e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina, não inspira,
não aflige nem acalma,
apenas amplia o vazio
que cada um traz dentro de si.
Não é que fé mova montanhas,
nem que todas as estrelas estejam ao alcance,
para as coisas que não podem ser mudadas
resta-nos somente paciência
porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória
é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Pros erros há perdão;
pros fracassos, chance;
pros amores impossíveis, tempo.
De nada adianta cercar um coração vazio
ou economizar alma.
Um romance cujo fim
é instantâneo ou indolor
não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque,
que a rotina acomode,
que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você.
Gaste mais horas realizando que sonhando,
fazendo que planejando,
vivendo que esperando porque,
embora quem quase morre esteja vivo,
Sarah Westphal Batista da Silva
(A autoria inicial do texto era atribuída a Luís Fernando Veríssimo,
mas... o escritor já revelou que não)
Soprado por Rui à(s) 14:58 2 fragrâncias
quarta-feira, julho 02, 2008
Toca a "Rufar"...
Concerto de Rufus Wainright em Famalicão
Interessante...
Mas esperava que tivesse sido melhor...
Pontos altos? O seu humor corrosivo/indiscreto e também a inevitável Hallelujah... (a da BSO do Shrek...) lol
2008/06/28
Soprado por Rui à(s) 01:01 3 fragrâncias
terça-feira, julho 01, 2008
quinta-feira, junho 26, 2008
Random Thoughts #6
in "Venenos de Deus, Remédios do Diabo"- Mia Couto
Soprado por Rui à(s) 23:25 2 fragrâncias
Arrepiante
Foi há quatro dias e já estou com saudades... Começou em Sol e era para ter terminado em Solitude! Não acabou...
Manhã cinzenta... faz-me chorar
a chuva lembra o teu olhar
As folhas mortas
caem no chão,
a dor aperta no coração...
Quanto eu não daria
para poder voltar atrás
Volta pró meu peito
daqui não saias mais...
(...)
Voltar - Rodrigo Leão
Soprado por Rui à(s) 23:02 4 fragrâncias
quinta-feira, junho 19, 2008
Random Thoughts #5
Carregamos um mar na alma!
E tem a cor variável do céu
Soprado por Rui à(s) 01:29 2 fragrâncias
sexta-feira, junho 13, 2008
Uma homenagem....
"Penso às vezes no belo que seria poder, unificando os meus sonhos, criar-me uma vida contínua, sucedendo-se, dentro do decorrer de dias inteiros, com convivas imaginários com gente criada, e ir vivendo, sofrendo, gozando essa vida falsa. Ali me aconteceriam desgraças; grandes alegrias ali cairiam sobre mim. E nada disso seria real. Mas teria tudo uma lógica soberba, sua; seria tudo segundo um ritmo de voluptuosa falsidade, passando tudo numa cidade feita da alma, perdida até [ao] cais à beira de um comboio calmo, muito longe dentro de mim, muito longe... E tudo nítido, inevitável, como na vida exterior, mas estética de Norte a Sul."
Bernardo Soares (Fernando Pessoa)
Soprado por Rui à(s) 22:58 2 fragrâncias
domingo, junho 01, 2008
terça-feira, maio 20, 2008
quarta-feira, maio 14, 2008
quinta-feira, maio 01, 2008
Random thoughts #4
Um velho guardou um sorriso debaixo do colchão... pois o seguro morreu de velho!
Soprado por Rui à(s) 08:50 0 fragrâncias
quarta-feira, abril 30, 2008
That's Just What You Are
(one two)
In our endeavor we are never seeing eye to eye
No guts to sever so forever may we wave goodbye
And you're always telling me that it's my turn to move
When I wonder what could make the needle jump the groove
I won't fall for the oldest trick in the book
So don't sit there and think you're off of the hook
By saying there is no use changing 'cause
That's just what you are
That's just what you are
Acting steady always ready to defend your fears
What's the matter with the truth, did I offend your ears
By suggesting that a change might be a thing to try
Like it would kill you just to try and be a nicer guy
It's not like you would lose some critical piece
If somehow you moved point A to point B
Maintaining there is no point changing 'cause
That's just what you are
That's just what you are
Now I could talk to you till I'm blue in the face
But we still would arrive at the very same place
With you running around and me out of the race
So maybe you're right, nobody can take
Something older than time and hope you could make
It better, that would be a mistake
So take it just so far
'Cause that's just what you are
That's just what you are
That's just what you are
Acting steady always ready to defend your fears
What's the matter with the truth, did I offend your ears
You're like a sleepwalking man, it's a danger to wake you
Even when it is apparent where your actions will take you
That's just what you are
And that's just what you are
That's just what you are
That's just what you are
Aimee Mann
Soprado por Rui à(s) 01:27 0 fragrâncias
domingo, abril 27, 2008
That was when time began
Don Juan: Beloved, no power on Earth could've kept me from you. In all the world there's been but one image in my heart, one vision before my eyes...
Catherine: Yes, yes, go on...
Don Juan: I have loved you since the beginning of time.
Catherine: But you only met me yesterday...
Don Juan: Why, that was when time began!
Soprado por Rui à(s) 23:44 0 fragrâncias
sexta-feira, abril 25, 2008
O fim de um longo Inverno...
Dedicado a todos aqueles que lutaram por Portugal numa guerra sem sentido...
Soprado por Rui à(s) 01:10 2 fragrâncias
quarta-feira, abril 23, 2008
segunda-feira, abril 21, 2008
Vidas Anónimas
Último Sonho
Anoiteceu, uma vez mais…
E um a um, se foram acendendo
Os poucos e raros candeeiros,
Que com suas luzes bruxuleantes,
Mal alumiavam aquela viela junto ao cais,
Nauseabunda, obscura e mal amada,
Mulheres da vida e marginais.
Lá fora ficara mais um dia
Que passara lento e pesado,
Com resignação e indiferença
Pelo corpo e pela alma…
Uma alma feita de silêncios…
Pesados, doridos e melancólicos,
De dores cheias de vazios,
De lágrimas secas e torpores alcoólicos.
Na penumbra, à janela daquele primeiro andar
Olhava a viela que se escurecia,
E quase sentia como de outros, os cheiros fétidos
E as corrompidas vidas que conhecia…
Não fora isto que para si sonhara
Quando tal ainda lhe fora permitido.
Uma maldição parecia, tudo o que vivera
Uma sensação de vazio… entorpecido.
Seu último sonho… ganhar asas
Como os anjos daquele filme noire
E voar… voar… voar rumo ao céu
Sem olhar para trás, para não mais tornar.
E era assim que teria acontecido
Não fora aquela a sua última gota de água
De uma vida onde o sonho fora banido…
Vida escrita com palavras de sangue e mágoa.
in "Vidas Anónimas"
R. Lima
Soprado por Rui à(s) 23:14 0 fragrâncias
sábado, abril 12, 2008
quarta-feira, abril 09, 2008
Náufrago...
Tu perguntas, e eu não sei,
eu também não sei o que é o mar.
É talvez uma lágrima caída dos meus olhos
ao reler uma carta, quando é de noite.
Os teus dentes, talvez os teus dentes,
miúdos, brancos dentes, sejam o mar,
um mar pequeno e frágil,
afável, diáfano,
no entanto sem música.
É evidente que a minha mãe me chama
quando uma onda e outra onda e outra
desfaz o seu corpo contra o meu corpo.
Então o mar é carícia,
luz molhada onde desperta
meu coração recente.
Às vezes o mar é uma figura branca
cintilando entre os rochedos.
Não sei se fita a água
ou se procura
um beijo entre conchas transparentes.
Não, o mar não é nardo nem açucena.
É um adolescente morto
de lábios abertos aos lábios da espuma.
É sangue,
sangue onde a luz se esconde
para amar outra luz sobre as areias.
Um pedaço de lua insiste,
insiste e sobe lenta arrastando a noite.
Os cabelos da minha mãe desprendem-se,
espalham-se na água,
alisados por uma brisa
que nasce exactamente no meu coração.
O mar volta a ser pequeno e meu,
anémona perfeita, abrindo nos meus dedos.
Eu também não sei o que é o mar.
Aguardo a madrugada, impaciente,
os pés descalços na areia.
In “As Palavras Interditas”
Eugénio de Andrade
Soprado por Rui à(s) 22:20 0 fragrâncias
quarta-feira, abril 02, 2008
terça-feira, abril 01, 2008
Foi...ce...!
A todos vocês… gabo-vos a paciência! LOL
Mas tudo tem um fim...
...e este até já podia ter acontecido mais cedo. Esgotou-se o propósito deste blog… :-/
(à falta da versão dos "Resistência" no Youtube, fica esta dos "Trovante", que apesar de não ser a minha preferida... também fica bem!)
Fim
Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!
Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza...
A um morto nada se recusa,
Eu quero por força ir de burro.
Mário de Sá Carneiro
Inté!
;-)
Soprado por Rui à(s) 00:15 2 fragrâncias