segunda-feira, dezembro 24, 2007

Natal


Poema de Natal

Hoje é dia de ser bom.
É dia de passar a mão pelo rosto das crianças,
de falar e de ouvir com mavioso tom,
de abraçar toda a gente e de oferecer lembranças.
É dia de pensar nos outros. coitadinhos. nos que padecem,
de lhes darmos coragem para poderem continuar a aceitar a sua miséria,
de perdoar aos nossos inimigos, mesmo aos que não merecem,
de meditar sobre a nossa existência, tão efémera e tão séria.
Comove tanta fraternidade universal
É só abrir o rádio e logo um coro de anjos,
como se de anjos fosse,
numa toada doce,
de violas e banjos,
Entoa gravemente um hino ao Criador.
E mal se extinguem os clamores plangentes,
a voz do locutor
anuncia o melhor dos detergentes.
De novo a melopeia inunda a Terra e o Céu
e as vozes crescem num fervor patético.
(Vossa Excelência verificou a hora exacta em que o Menino Jesus nasceu?
Não seja estúpido! Compre imediatamente um relógio de pulso antimagnético.)
Torna-se difícil caminhar nas preciosas ruas.
Toda a gente se acotovela, se multiplica em gestos, esfuziante.
Todos participam nas alegrias dos outros como se fossem suas
e fazem adeuses enluvados aos bons amigos que passam mais distante.
Nas lojas, na luxúria das montras e dos escaparates,
com subtis requintes de bom gosto e de engenhosa dinâmica,
cintilam, sob o intenso fluxo de milhares de quilovates,
as belas coisas inúteis de plástico, de metal, de vidro e de cerâmica.
Os olhos acorrem, num alvoroço liquefeito,
ao chamamento voluptuoso dos brilhos e das cores.
É como se tudo aquilo nos dissesse directamente respeito,
como se o Céu olhasse para nós e nos cobrisse de bênçãos e favores.
A Oratória de Bach embruxa a atmosfera do arruamento.
Adivinha-se uma roupagem diáfana a desembrulhar-se no ar.
E a gente, mesmo sem querer, entra no estabelecimento
e compra. louvado seja o Senhor!. o que nunca tinha pensado comprado.
Mas a maior felicidade é a da gente pequena.
Naquela véspera santa
a sua comoção é tanta, tanta, tanta,
que nem dorme serena.
Cada menino
abre um olhinho
na noite incerta
para ver se a aurora
já está desperta.
De manhãzinha,
salta da cama,
corre à cozinha
mesmo em pijama.
Ah!!!!!!!!!!
Na branda macieza
da matutina luz
aguarda-o a surpresa
do Menino Jesus.
Jesus
o doce Jesus,
o mesmo que nasceu na manjedoura,
veio pôr no sapatinho
do Pedrinho
uma metralhadora.
Que alegria
reinou naquela casa em todo o santo dia!
O Pedrinho, estrategicamente escondido atrás das portas,
fuzilava tudo com devastadoras rajadas
e obrigava as criadas
a caírem no chão como se fossem mortas:
Tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá.
Já está!
E fazia-as erguer para de novo matá-las.
E até mesmo a mamã e o sisudo papá
fingiam
que caíam
crivados de balas.
Dia de Confraternização Universal,
Dia de Amor, de Paz, de Felicidade,
de Sonhos e Venturas.
É dia de Natal.
Paz na Terra aos Homens de Boa Vontade.
Glória a Deus nas Alturas.


António Gedeão

quinta-feira, dezembro 20, 2007

Cruz















Autor anónimo...
...mas com bom discernimento! ;-)

domingo, dezembro 16, 2007

Filme #2

"Em Busca da Felicidade" (2006) - Gabriele Muccino


"Chris Gardner (Will Smith) é inteligente e talentoso mas não consegue encontrar um emprego que sustente a família. Sem conseguir suportar a pressão constante da falta de dinheiro, a mulher abandona-o e Chris fica sozinho com o filho de cinco anos. Pai solteiro, Chris continua a lutar por um emprego melhor mas acaba por aceitar um estágio não remunerado na esperança de vir a ser contratado no final por essa empresa promissora. No entanto, sem dinheiro, acaba por ser despejado do apartamento em que vive com o filho e os dois são obrigados a dormir em abrigos, estações de autocarros ou qualquer local que possa servir de refúgio para a noite. Mas, apesar de todos os problemas, Chris continua a ser um pai afectuoso e dedicado, encarando o amor do filho como a força necessária para ultrapassar todos os obstáculos." (in http://cinecartaz.publico.clix.pt)


Foi o último filme que vi, mas considero-o já como um dos melhores que já vi. A história baseada num caso verídico é extremamente envolvente e tem um final bastante comovente... sem no entanto ser piegas!
Filme a ver (e rever), de preferência com um pacotinho de lenços à mão...
Quem é que não está à procura da felicidade?



(Já agora... Quem souber o nome da música/compositor que consta do excerto do filme colocado neste post, que me diga qual é. Obrigado!)

Felicidade

"Amor-Perfeito em Lugar-Perfeito
Rui C. (2007)
Felicidade
Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar

A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei ou de pirata ou jardineira
Pra tudo se acabar na quarta-feira

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A felicidade é como a gota
De orvalho numa pétala de flor
Brilha tranqüila
Depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor

A felicidade é uma coisa boa
E tão delicada também
Tem flores e amores
De todas as cores
Tem ninhos de passarinhos
Tudo de bom ela tem
E é por ela ser assim tão delicada
Que eu trato dela sempre muito bem

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A minha felicidade está sonhando
Nos olhos da minha namorada
É como esta noite, passando, passando
Em busca da madrugada
Falem baixo, por favor
Pra que ela acorde alegre com o dia
Oferecendo beijos de amor


Composição: Vinicius de Moraes / Antonio Carlos Jobim

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Prece

"Mar Universal"
Rui C. 
(2007)

Prece

Senhor, a noite veio e a alma é vil.

Tanta foi a tormenta e a vontade!
Restam-nos hoje, no silêncio hostil,
O mar universal e a saudade.

Mas a chama, que a vida em nós criou,
Se ainda há vida ainda não é finda.
O frio morto em cinzas a ocultou:
A mão do vento pode erguê-la ainda.

Dá o sopro, a aragem — ou desgraça ou ânsia —
Com que a chama do esforço se remoça,
E outra vez conquistaremos a Distância —
Do mar ou outra, mas que seja nossa!

Fernando Pessoa

domingo, dezembro 09, 2007

Filmes #1

Magnolia (1999) - Paul Thomas Anderson


Culpa... Arrependimento... Redenção... Amor!


"
L'amour est un oiseau rebelle
Que nul ne peut apprivoiser
Et c'est bien en vain qu'on l'appelle
C'est lui qu'on vient de nous refuser."

Carmen - Bizet



E o diálogo entre o moribundo Earl Partridge e o seu enfermeiro Phil Parma? Sublime. Mais ímportante que o reconhecer da importância do amor na vida de uma pessoa, é a capacidade de reconhecer culpas próprias e de pedir perdão... Redenção!


"- Tem namorada, Phil?
- Não.
- Arranje uma...
- Ando a tentar.
- E faça coisas boas com ela. Partilhe aquilo... o amor! Essa treta toda... afinal é verdade, sabia...? Procure uma mulher em condições e não a largue..."



Wise Up (Aimee Mann)

It's not.. what you thought...
When you first... began it.
You got... what you want...
Now you can hardly stand it, though,
By now you know, it's not going to stop...
It's not going to stop...
It's not going to stop,
Till you wise up.

You're sure... there's a cure...
And you have finally found it.
You think... one drink...
Will shrink you to... your underground
And living down, but it's not going to stop...
It's not going to stop...
It's not going to stop,
Till you wise up.

Prepare a list for what you need,
Before you sign away the deed,
'Cause it's not going to stop...
It's not going to stop...
It's not going to stop,
Till you wise up.

No, it's not going to stop,
Till you wise up.
No, it's not going to stop,
So just give up.


domingo, dezembro 02, 2007

Sobre o Tejo

"Crepúsculo na baía de Alcochete"
Rui C. (2007)


Que soldado tão triste esta chuva

sobre as sílabas escuras do outono

sobre o Tejo as últimas barcas

sobre as barcas uma luz de desterro.

Já foi lugar de amor o Tejo a boca
as mãos foram já fogo de abelhas
não era o corpo então dura e amarga
pedra do frio.


Sobre o Tejo cai a luz das fardas.

É tempo de te dizer adeus.


Eugénio de Andrade

As Janelas

"Uma beleza devastadora"
Rui C. (2007)


As janelas
por onde entram as silvas,
a púrpura pisada,
o aroma das tílias, a luz
em declínio,
fazem deste abandono
uma beleza devastadora
e sem contorno.


Eugénio de Andrade

Procuro-te

in www.olhares.com - Pedro Olivença


Procuro a ternura súbita,
os olhos ou o sol por nascer

do tamanho do mundo,
o sangue que nenhuma espada viu,
o ar onde a respiração é doce,
um pássaro no bosque
com a forma de um grito de alegria.

Oh, a carícia da terra,
a juventude suspensa,
a fugidia voz da água entre o azul
do prado e de um corpo estendido.

Procuro-te: fruto ou nuvem ou música.
Chamo por ti, e o teu nome ilumina
as coisas mais simples:
o pão e a água,
a cama e a mesa,
os pequenos e dóceis animais,
onde também quero que chegue
o meu canto e a manhã de maio.

Um pássaro e um navio são a mesma coisa
quando te procuro de rosto cravado na luz.
Eu sei que há diferença,
mas não quando se ama,
não quando se aperta contra o peito
uma flor ávida de orvalho.

Ter só dedos e dentes é muito triste:
dedos para amortalhar crianças,
dentes para roer a solidão,
enquanto o verão pinta de azul o céu
e o mar é devassado pelas estrelas.

Porém eu procuro-te.
Antes que a morte se aproxime, procuro-te
Nas ruas, nos barcos, na cama,
com amor, com ódio, ao sol, à chuva,
de noite, de dia, triste, alegre - procuro-te.


Eugénio de Andrade

segunda-feira, novembro 19, 2007

A Inegualável

"O Nascimento de Vénus" (1485) - Detalhe
Botticelli
A Inegualável

Ai, como eu te queria toda de violetas
E flébil de cetim...
Teus dedos longos, de marfim,
Que os sombreassem jóias pretas...

E tão febril e delicada
Que não pudesse dar um passo -
Sonhando estrelas, transtornada,
Com estampas de cor no regaço...

Queria-te nua e friorenta,
Aconchegando-te em zibelinas -
Sonolenta,
Ruiva de éteres e morfinas...

Ah! que as tuas nostalgias fossem guizos de prata -
Teus frenesis, lantejoulas;
E os ócios em que estiolas,
Luar que se desbarata...

.................................................
.................................................
Teus beijos, queria-os de tule,
Transparecendo carmim -
Os teus espasmos, de seda...

- Água fria e clara numa noite azul,
Água, devia ser o teu amor por mim...


Mário de Sá-Carneiro
(1915)

quarta-feira, novembro 07, 2007

Sugestão #4

"SOLISTAS"
Coreografia de Né Barros


Balleteatro Auditório, Porto
Quinta, 08 Nov 2007

21h30


Foto: © Delfim Bessa




O termo
solistas como sabemos está muito associado à música e ao papel que determinado artista tem no seio de um agrupamento, de um conjunto. Solistas, vive então de um paradoxo de condição existencial: para ser só tem de estar acompanhado! Nestes “Solistas” que absorve e dá continuidade aos traços fundamentais da versão inicial de 2005, o destaque pela diferença, o exibicionismo, o esquisito, o exótico, a independência, enfim, as singularidades são modos de entender o solista. Neste trabalho, tiramos proveito desta relação sujeito-atributo, subjacente à noção de solista, que explorarmos através de matérias que prolongassem ou substituíssem partes do corpo. Os indivíduos em palco são construções da imagem-gesto ou imagem-acção de uma condição de solista e o DJ funciona como um maestro sem batuta desta ficção até ao final onde todos, envolvidos por um único invólucro, são indiferenciados nos seus papéis, são parte de um todo. (Né Barros)


Direcção e coreografia: Né Barros
DJ: Nuno Coelho
Desenho de luz: José Álvaro Correia
Espaço cénico e figurinos: Né Barros e Cláudia Santos
Interpretação: Carlos Silva, Gustavo Gomes, Jorge Gonçalves, Pedro Rosa
Produção: balleteatro companhia
A versão original de 2005 foi co-produzida pelo balleteatro companhia e Culturporto/Rivoli Teatro Municipal.


Balleteatro Auditório
Praça 9 de Abril, 76, Porto
T: 225508918
producao@balleteatro.pt
http://www.balleteatro.pt

terça-feira, novembro 06, 2007

Évora... uma nova aparição

Sé de Évora
(vista da Rua 5 de Outubro)


"A cidade resplandecia a um sol familiar, branca, enredada de ruas, como de velhas ciladas, semeada de ruínas , de arcos partidos, nichos de santos das orações de outras eras, janelas góticas, como olhares embiocados. Évora mortuária, encruzilhada de raças, ossuário dos séculos , e dos séculos, como te lembro, como me dóis!"
in "Aparição" - Vergílio Ferreira



Templo Romano
(visto do Jardim do Templo)

"Subo a rua que me leva à Sé, viro no largo do Templo de Diana. E, nas colunas solitárias ouço como o murmúrio antigo de uma floresta imóvel. O Zimbório da Sé brilha, dourado ao sol matinal. Fico a olhá-lo longo tempo, parado sob um arco que se lança sob a rua, suspenso de silêncio e de memória."
in "Aparição" - Vergílio Ferreira

Travessa Torta
(vista da Rua do Rhaimundo)


Évora... Cidade nostálgica!
Ou seria eu, que no reencontro com a cidade e com o passado, me tornei nostálgico por um par de dias...? Percorrer novamente aquelas ruas caiadas foi reviver um filme de que gostei e amei... foi relembrar as alegrias que fundaram sólidas amizades, as paixões efémeras, os tormentos dos exames, as amarguras que fizeram crescer... Há sempre uma história para contar, por cada pedra do chão, por cada beco, arcada ou esquina... E tanto que haveria para contar!
E a saudade enorme que, entalada dentro de mim, me subia aos olhos a cada passo e me toldava o olhar! Ah... Évora! Se me deixasses voltar a viver aqueles tempos, vivê-los-ia mil vezes!
Évora... Cidade bela e inesquecível, resplandecente como a Luz!Cidade feiticeira, que me seduz...


Praça do Giraldo
(vista da Igreja de Santo Antão)

Fotos: Rui C.
(Évora - Novembro 2007)

segunda-feira, outubro 29, 2007

domingo, outubro 28, 2007

Casa Velha

"Casa Velha"  *
Rui C. 
(2007)


Casa Velha

Não é a primeira vez que me queixo,
ninguém me escuta.
Esta noite a chuva entrou-me pelos ossos
e não há quem acenda o lume.
Quem partiu levou consigo
o rapazito com olhos de coral,
deixando atrás de si a porta aberta.


"Cumplicidades do Verão"
Eugénio de Andrade


* Foto com tratamento informático

domingo, outubro 21, 2007

Justiça poética...



Não pude deixar de ficar impressionado com este acontecimento memorável...





E este é mesmo daqueles acontecimentos que só pode ser mesmo de outro mundo! Contra todas as expectativas, o campeão mundial de Fórmula 1 foi Kimi Räikkönen...
Já fora duas vezes vice-campeão e este ano tudo indicava que não passaria dum segundo ou terceiro lugar... E à entrada da última prova quem diria que seria ele o campeão? Nem mesmo a batotice da McLaren, que benefeciou em muito os dois mais directos adversários, impediu que este fosse campeão!

Parabéns Kimi...


Para os meninos birrentos da McLaren aqui fica a imagem de marca que os caracterizou ao longo desta temporada... Para a próxima, portem-se melhor! LOL



Fez-se justiça... Justiça poética!!!


Dia Mundial das Missões

Hoje é o Dia Mundial das Missões... E aproveito para relembrar aqui uma passagem da Bíblia a propósito deste dia...

«Depois de terem comido, perguntou Jesus a Simão Pedro: "Simão, filho de João, amas-me mais do que estes?" Pedro respondeu: "Sim, Senhor, Tu sabes que eu sou deveras teu amigo." Jesus disse-lhe: "Apascenta os meus cordeiros." Voltou a perguntar-lhe uma segunda vez: "Simão, filho de João, tu amas-me?" Ele respondeu: "Sim, Senhor, Tu sabes que eu eu sou deveras teu amigo." Jesus disse-lhe: "Apascenta as minhas ovelhas." E perguntou-lhe, pela terceira vez: "Simão, filho de João, tu és deveras meu amigo?" Pedro ficou triste por Jesus lhe ter perguntado à terceira vez: "Tu és deveras meu amigo?" Mas respondeu-lhe: "Senhor, Tu sabes tudo, Tu bem sabes que eu sou deveras teu amigo!". E Jesus disse-lhe: "Apascenta as minhas ovelhas. Em verdade, em verdade te digo: quando eras mais novo, tu mesmo atavas o cinto e ias para onde querias; mas, quando fores velho, estenderás as mãos e outro te há-de atar o cinto e levar para onde não queres." E disse isto para indicar o género de morte com que ele havia de dar glória a Deus. Depois destas palavras, acrescentou: "Segue-me!"»
Jo 21, 15-19


Talvez um pouco enigmática esta passagem, mas depois de destrinçada, julgo que faz todo o sentido.
Terá sido este o momento chave em que Jesus confia a Pedro a Missão da vida dele. Jesus questiona Pedro sobre a sua "fidelidade à missão" que Ele lhe propunha... Por duas vezes Jesus pergunta-lhe se este O amava (amor Agapé - amor de Deus) e este respondeu-lhe que sim (amor Fileo - amizade): "(...) eu eu sou deveras teu amigo." E em crescendo de intensidade, à terceira vez, Jesus coloca a mesma questão mas desta vez com a tónica do amor Filae. E aí Pedro entristeceu-se porque se deu conta da fraqueza do seu amor a Jesus.
O amor de Deus (Jesus) é um amor incondicional e não depende de haver reciprocidade. Jesus ama-nos para lá das nossas fraquezas e defeitos. Ama-nos como somos! E Jesus amava Pedro... E queria-lhe confiar a sua missão... que este fosse a presença física, que este fosse membro do seu Corpo (Igreja). A sua missão seria pôr em prática esse Amor em Jesus, e daí aquela perguntas que Jesus lhe fazia! Até que ponto Pedro amaria Jesus? Jesus já o sabia, mas Pedro ainda não se havia apercebido da fraqueza do seu amor... É na percepção desta fraqueza que nos podemos fortalecer...

"Segue-Me."
"Apascenta as minhas ovelhas."

Ele está sempre connosco, mas está à nossa espera! À espera do nosso "clique", à espera de que ouçamos o seu chamamento... "Vira-te para o Próximo e cumpre a tua missão!" Seria assim que Ele nos diria. E quando finalmente encontrarmos o nosso lugar na barca, o nosso lugar na Igreja..., talvez tenhamos encontado a nossa identidade! Seremos bons pescadores?



sexta-feira, outubro 19, 2007

Sugestão #3

Sarah McLachlan



Aqui fica mais uma sugestão... para aquecer o coração... :-)

Album "Afterglow" (2003)
Sarah McLachlan


“Afterglow” significa “brilho ou luz que permanece depois do pôr do sol”...


Para saber um pouco mais sobre esta brilhante cantora clique aqui!



quinta-feira, outubro 18, 2007

Uma fuga em mim

"The Endless Enigma" (1938)
Salvador Dali


"Estou num dia em que me pesa, como uma entrada no cárcere, a monotonia de tudo. A monotonia de
tudo não é, porém, senão a monotonia de mim. Cada rosto, ainda que seja o de quem vimos ontem, é outro hoje, pois que hoje não é ontem. Cada dia é o dia que é, e nunca houve outro igual no mundo. Só em nossa alma está a identidade – a identidade sentida, embora falsa, consigo mesma – pela qual tudo se assemelha e se simplifica. O mundo é coisas destacadas e arestas diferentes; mas, se somos míopes, é uma névoa insuficiente e contínua.

O meu desejo é fugir. Fugir ao que conheço, fugir ao que é meu, fugir ao que amo. Desejo partir – não
para as Índias impossíveis, ou para as grandes ilhas ao Sul de tudo, mas para o lugar qualquer – aldeia ou ermo – que tenha em si o não ser este lugar. Quero não ver mais estes rostos, estes hábitos e estes dias. Quero repousar, alheio, do meu fingimento orgânico. Quero sentir o sono chegar como vida, e não como repouso. Uma cabana à beira-mar, uma caverna, até, no socalco rugoso de uma serra, me pode dar isto. Infelizmente, só a minha vontade mo não pode dar."

In "Livro do Desassossego" - Fernando Pessoa


quarta-feira, outubro 17, 2007

Send Me An Angel

Não querendo parecer repetitivo... volto a deixar aqui uma música bem bonita na versão dos Gregorian... "Send Me An Angel". Bem preciso!



Até breve...

segunda-feira, outubro 15, 2007

How Do Ya Feel Tonight



(Playstation3)


"How Do Ya Feel Tonight"


Is there anybody out there?
Anyone that's loved in vain
Anyone that feels the same

Is there anybody waiting?
Waiting for a chance to win
To give it up and start again

We all need something new
Something that is true
And someone else to feel it too

I feel so high - no one else would know it
I don't know why I feel the way I do
I can't let go - and I'm not scared to show it
Cuz being here feels right
Tell me - how do you feel tonight?

Is there anybody out there?
Anyone that can't explain
Anyone that feels no pain

Is there anybody dreaming
Dreaming of a better day
When everything goes your way

We all need something new
Someting that is true
And someone else to feel it too
Someone just like you




Album:
On A Day Like Today (1998)

Bryan Adams



Boa noite

domingo, outubro 14, 2007

Parabéns Mãe

Neste dia especial...




Poema à Mãe

No mais fundo de ti,

eu sei que traí, mãe.
Tudo porque já não sou
o menino adormecido
no fundo dos teus olhos.
Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais.
Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.
Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura.
Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos.
Mas tu esqueceste muita coisa;
esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!
Olha - queres ouvir-me? -
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;
ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;
ainda oiço a tua voz:
Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal...
Mas - tu sabes - a noite é enorme,
e todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber.
Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas.
Boa noite. Eu vou com as aves.


Eugénio de Andrade

terça-feira, outubro 09, 2007

Idílio

"Só Nós" - Pedro Olivença
(in www.olhares.com)


Idílio

Quando nós vamos ambos, de mãos dadas,
Colher nos vales lírios e boninas,
E galgamos de um fôlego as colinas
Do rocio da noite inda orvalhadas;

Ou vendo o mar, das ermas cumeadas,
Contemplamos as nuvens vespertinas,
Que parecem fantásticas ruínas
Ao longe no horizonte amontoadas;

Quantas vezes, de súbito, emudeces!
Não sei que luz no teu olhar flutua;
Sinto tremer-te a mão, e empacideces...

O vento e o mar murmuram orações
E a poesia das cousas se insinua
Lenta e amorosa em nossos corações.


Antero de Quental

segunda-feira, outubro 08, 2007

Pura magia

E ao acordar se nos deparássemos com um cenário destes...?
Pura magia da Mãe-Natureza!

"Explosão de Luz Matinal"
Rui C. (2007)

sexta-feira, outubro 05, 2007

Até Segunda :-)


Coração feliz, sereno...
E um brilhozinho no olhar,
Sorriso contido e ameno
E uma vontade de voar...
Largar tudo e partir
Rumo ao Norte, rumo certo...
Caminho que faz sorrir
E um longe que se faz perto!

RC


Invicta - Rui Marques
(in www.olhares.com)


Bom fim-de-semana...

Sugestão #2

"Celtic Heart" (2000)
Kate Crossan


Neste fim-de-semana mais alargado, deixo aqui uma sugestão musical para apreciadores de música celta.
A voz de Kate Crossan é de outro mundo!


Come by the Hills

Come by the hills to the land
Where fancy is free,
And stand where the peaks
Meet the sky and the loughs meet the sea;
Where rivers run clear,
And the bracken is warm in the sun,
And the cares of tomorrow must wait
Till this day is done.

Come by the hills to the land where life is a song,
And sing while the birds fill the air
With their joy all day long;
Where the trees sway in time,
And even the wind sings in tune,
And the cares of tomorrow must wait
Till this day is done.

Come by the hills to the land
Where legends remain,
The stories of old fill the heart
And may yet come again;
Where the past has been lost,
And the future is still to be won,
And the cares of tomorrow must wait
Till this day is done.


(Traditional)


quinta-feira, outubro 04, 2007

FREE BURMA

Dia 4 de Outubro: todos os blogs pela Liberdade na Birmânia


terça-feira, outubro 02, 2007

Smoke gets in your eyes

Dedicada ao futuro...




They ask me how I knew

My true love was true
I of course replied
"Something here inside
Cannot be denied"

They said "Someday you´ll find
All who love are blind"
When your heart´s on fire
You must realise
Smoke gets in your eyes

So I chaffed them and I gaily laughed
To think they could doubt my love
Yet today my love has flown away
I am without my love

Now laughing friends deride
Tears I cannot hide
So I smile and say
"When a lovely flame dies
Smoke gets in your eyes"


Bryan Ferry (versão)

Platters (original)

Sísifo

Sísifo
(autor desconhecido)


Sísifo

Recomeça...
Se puderes,
Sem angústia e sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro,
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.

E, nunca saciado,
Vai colhendo
Ilusões sucessivas no pomar
E vendo
Acordado,
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças.


Miguel Torga, in Diário XIII


segunda-feira, outubro 01, 2007

Parabéns mana...

Parabéns mana...
E porque hoje é o teu dia... aqui fica a Foto do Dia!

"Rebentação na Foz"
Rui C. (2007)

 
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