sexta-feira, agosto 31, 2007

Talvez outro dia...



Perfect Day


Just a perfect day,
Drink sangria in the park,
And then later, when it gets dark,
We go home.
Just a perfect day,
Feed animals in the zoo
Then later, a movie, too,
And then home.

Oh its such a perfect day,
Im glad I spent it with you.
Oh such a perfect day,
You just keep me hanging on,
You just keep me hanging on.

Just a perfect day,
Problems all left alone,
Weekenders on our own.
Its such fun.
Just a perfect day,
You made me forget myself.
I thought I was someone else,
Someone good.

Oh its such a perfect day,
Im glad I spent it with you.
Oh such a perfect day,
You just keep me hanging on,
You just keep me hanging on.

Youre going to reap just what you sow,
Youre going to reap just what you sow,
Youre going to reap just what you sow,
Youre going to reap just what you sow...

Lou Reed
(BBC Music Trail)


quinta-feira, agosto 30, 2007

Ilusões...


"O cansaço de todas as ilusões e de tudo que há nas ilusões - a perda delas, a inutilidade de as ter, o antecansaço de ter que as ter para perdê-las, a mágoa de as ter tido, a vergonha intelectual de as ter tido sabendo que teriam tal fim. (...)"

Fernando Pessoa - in "Livro do Desassossego"


Enfim... Quem as não tem?
:-/

Quarto Minguante


Lua estranha e enganadora...
Há três dias, clara e triunfante,
Fizeste-me crer em tua oferta sedutora
Mas afinal, me enganaste... És minguante...

RC (2007)

terça-feira, agosto 28, 2007

Minha Lua


Ontem estavas mui gloriosa,
Minha pedra diáfana e preciosa.
Pareceu-me ouvir tua voz silenciosa,
Como uma poesia nostálgica e melodiosa!


RC (2007)

Quer Eu Queira, Quer Não

Chamam-se "Xaile"...
Uma das grandes revelações da música portuguesa dos últimos tempos... e o CD já mora cá em casa. :-D
Definir este grupo? Há quem diga que é "Raízes"!
Eu apenas acho que são três anjos que sabem cantar, tocar e dançar...



"(...)
Tenho um encontro marcado
Dentro do meu coração
Talvez me tenha esquecido
Qu'ele tem sempre razão.
Tenho um tesouro escondido
Dentro do meu coração
Tenho lá escrito este fado
Quer eu queira, quer não."

"Quer Eu Queira, Quer Não" - Xaile (2007)

quinta-feira, agosto 23, 2007

Lava Oculta

Lava Oculta
(Júlio Dinis)


Não me entendes? Não suspeitas
Que esta frieza é fingida?
Não vês, cega, que envolvida
Está nela ardente paixão?
Quando teus olhares evito,
Quando julgas que medito,
Não compreendes que me agito
Em profunda inquietação?


E julgas isto frieza?
Julgas que o meu peito é gelo?
Se o que sinto não revelo,
Julgas que isso é não sentir?
Ai, louca, que assim te iludes;
Um momento que me estudes,
Verás que as tormentas rudes
Me estão no peito a bramir.


Se a mão te cinjo à partida,
Não a sentes vacilante?
Diz, não vês como inconstante
Busco e evito o teu olhar?
Chamas a isto indiferença?
Não é, não, repara, pensa;
É o amor que se condensa
Para mais me devorar.


E tu não sentes… nem podes;
P’ra que os olhos vejam tanto,
E, sob indiferente manto,
Descubram violento amor,
Não, não basta olhar somente;
O que o peito não pressente,
Só quando for rebente
Pode aos olhos ter valor…


E o teu coração… outrora
Esperei que me entendesse;
Julguei que nunca esquecesse
O que na infância nasceu,
E com os olhos no futuro
Caminhei firme e seguro,
E nunca este culto puro
No peito me adormeceu.


Mas tu… essa flor singela
Da afeição que nos unia
Se definhava e morria
Desde que outra flor surgiu:
Cenas da infância, folguedos,
Seus sorrisos, seus segredos,
Passam, como nos olmedos,
A folha que ao chão caiu.


E por isso as esqueceste;
Eu não; que então já no seio
Ocultava com receio
Mais do que infantil amor.
Quando, só, em ti pensava,
E só contigo me achava,
Não te lembras? Já corava,
Nem p’ra mais tinha valor.


Cresci, e esta ideia sempre
Afagava na lembrança;
Sempre, sempre esta esperança,
Sempre, sempre esta ilusão!
Ilusão, sim, era apenas;
Todas as passadas cenas
E recordações amenas
Riscou-tas nova paixão.


Foi uma noite. Esta ideia
Inda a conservo bem viva,
Cada dia mais se aviva
P’ra mais me fazer sentir;
Desde então já não me iludo,
Foi uma noite; vi tudo,
E fiquei gelado, mudo,
Sem esperanças, sem porvir!


Um outro estranho, que importa?
Te falava com meiguice
E às palavras que te disse
Tu sorriste e ele sorriu.
E, desumana, não vias
Que o amigo de outros dias,
De cada vez que sorrias,
Cruéis angústias sentiu!


Ai, noite de insónia, aquela!
Tu calcaras o passado,
Nem talvez nunca pensando
Havias nele como eu;
Quis esquecer-te, vingar-me,
A outro amor entregar-me.
Mas só consegui cansar-me;
Este amor permaneceu.


Até quando? Só Deus sabe.
Comprimido ele floresce,
Mas vive, mas não fenece,
Que já da infância ele vem;
Tu não vês que uma outra chama
Há muito teu seio inflama,
E quando deveras se ama,
Vê-se o amante e mais ninguém?


Bom é pois que não suspeites
Que esta frieza é mentida
Que não vejas que envolvida
Oculta ardente paixão.
Quando teus olhos evito,
Quando julgas que medito,
Nunca saibas que me agito
Em profunda inquietação.


quarta-feira, agosto 22, 2007

Comfortably Numb

Há músicas intemporais...
O melhor concerto em que alguma vez estive presente...
Já lá vão 13 anos e foi quase como se tivesse sido ontem!

Um verdadeiro espectáculo de luz, som, magia e cor!
O filme não faz total justiça à beleza estonteante que foi esta música em particular... principalmente a partir do momento em que uma bola de espelhos gigante fez a sua aparição no meio do estádio
(Sim... o antigo Estádio José de Alvalade... :-/ Foi o único senão!!!)


Pink Floyd (The Division Bell Tour, 1994)


Comfortably Numb

Hello
Is there anybody in there ?
Just nod if you can hear me
Is there anyone at home ?

Come on now
I hear your feeling down
I can ease your pain
And get you on your feet again

Relax
I'll need some information first
Just the basic facts
Can you show me where it hurts?
There is no pain you are receding
A distant ship smoke on the horizon
You are only coming through in waves
Your lips move but I can't hear what you're saying
When I was a child I had a fever
My hands felt just like two ballons
Now I've got that feeling once again
I can't explain, you would not understand
This is not how I am
I have become comfortably numb.

I have become comfortably numb.
O.K.
Just a little pinprick
There'll be no more aaaaaaaah!
But you may feel a little sick

Can you stand up?
I do believe it's working, good
That'll keep you going through the show
Come on it's time to go.
There is no pain, you are receding
A distant ship smoke on the horizon
You are only coming through in waves
Your lips move but I can't hear what you're saying
When I was a child, I caught a fleeting glimpse
Out of the corner of my eye
I turned to look but it was gone
I cannot put my finger on it now
The child is grown
The dream is gone
And I have become comfortably numb.

domingo, agosto 19, 2007

Sonhando...

"Starry Night"
Vincent Van Gogh


Sonhando...

É noite pura e linda. Abro a minha janela
E olho suspirando o infinito céu,
Fico a sonhar de leve em muita coisa bela
Fico a pensar em ti e neste amor que é teu!

D'olhos fechados sonho. A noite é uma elegia
Cantando brandamente um sonho todo d'alma
E enquanto a lua branca o linho bom desfia
Eu sinto almas passar na noite linda e calma.

Lá vem a tua agora… Numa carreira louca
Tão perto que passou, tão perto à minha boca
Nessa carreira doida, estranha e caprichosa,

Que a minh'alma cativa estremece, esvoaça
Para seguir a tua, como a folha de rosa
Segue a brisa que a beija… e a tua alma passa!…


in "O Livro D'Ele" – Florbela Espanca (1916)

sexta-feira, agosto 17, 2007

A uma desconhecida...

"The Virgin of the Rocks" (pormenor)
Leonardo da Vinci



Quadras Para a Desconhecida

Ó minha desconhecida
Que formosa deves ser…
Dava toda a minha vida
Só para te conhecer!

Mais fresca e perfumada
Do que as manhãs luminosas,
A tua carne dourada
Como há-de saber a rosas!

Da minha boca de amante
Será o manjar preferido
O teu corpo esmaecido
Todo nu e perturbante.

Que bem tu me hás-de beijar
Com os teus lábios viçosos!
Os teus seios capitosos
Como hão-de saber amar!...

Os teus cabelos esparsos
Serão o manto da noite,
Um refúgio onde me acoite
Do sol dos teus olhos garços.

Olhos garços, cor do céu,
Cabelos de noite escura;
Será feita de incoerências
Toda a sua formosura…

Os dias que vou vivendo
Tão desolados e tristes
É na esp’rança de que existes
Que os vivo… e que vou sofrendo…


Mário de Sá-Carneiro



domingo, agosto 12, 2007

Uma homenagem...


Em homenagem a Miguel Torga, no dia que em que se celebra o centenário do seu nascimento (12 de Agosto de 1907 - 2007).

Três poemas de sua autoria ...


Prospecção

"Man Digging" (1882)
Vincent Van Gogh



Não são pepitas de oiro que procuro.
Oiro dentro de mim, terra singela!
Busco apenas aquela
Universal riqueza
Do homem que revolve a solidão:
O tesoiro sagrado
De nenhuma certeza,
Soterrado
Por mil certezas de aluvião.
Cavo,
Lavo,
Peneiro,
Mas só quero a fortuna
De me encontrar.
Poeta antes dos versos
E sede antes da fonte.
Puro como um deserto.
Inteiramente nu e descoberto.



Quase um poema de amor

"Inspiration" (1769)
Jean-Honoré Fragonard


Há muito tempo já que não escrevo um poema
De amor.
E é o que eu sei fazer com mais delicadeza!
A nossa natureza
Lusitana
Tem essa humana
Graça
Feiticeira
De tornar de cristal
A mais sentimental
E baça
Bebedeira.

Mas ou seja que vou envelhecendo
E ninguém me deseje apaixonado,
Ou que a antiga paixão
Me mantenha calado
O coração
Num íntimo pudor,
--- Há muito tempo já que não escrevo um poema
De amor



Súplica

"Opalescent Sea" (1918)
Granville Redmond


Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.

Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.


quinta-feira, agosto 02, 2007

Time For Peace, Time To Go

O Exército britânico concluiu à meia-noite de 31 de Julho, e ao fim de 38 anos, uma missão de "segurança" na Irlanda do Norte. Deixará de ser responsável pela segurança que passa a ser efectuada exclusivamente pelo Serviço de Polícia da Irlanda do Norte...



Eis uma “semi-boa” notícia! Finalmente…! O clima de terror que instalaram na região, patente em filmes como é o caso de “Em Nome do Pai”, não deixa saudades nenhumas!

Os ingleses foram pródigos em tiques ocupacionistas e imperialistas! Não esqueçamos que foi este nosso “aliado” que nos fez um Ultimato em 1890. Não esqueçamos que foram erros crassos deste país que contribuíram e muito para muitos conflitos (evitáveis) do séc. XX: Irlanda, Ilhas Malvinas, Médio Oriente…

E os ingleses nesta história da Irlanda, com os católicos irlandeses, foram do mais injusto de que há memória. Já desde o séc. XII que existem problemas naquela região fruto de divisões arbitrárias. Mas foi com Cromwell, conhecido pelo massacre de Drogheda (em que morreram largas centenas de pessoas), que as injustiças se foram agudizando. O protestantismo ganhava força na Irlanda fruto duma enorme emigração de protestantes da Inglaterra e Escócia para a Irlanda do Norte. As melhores terras eram oferecidas a protestantes e rapidamente os católicos passaram a minoria. Não esqueçamos que a Irlanda (a ilha por inteiro) era um estado independente…

Com tanta injustiça, não é de admirar o surgimento de milícias anti-ocupação como foi o caso do IRA. Não se trata de concordar com os actos desde grupo armado, mas compreendo perfeitamente o que os levava a praticar actos tão brutais. Mas os ingleses também não ficavam (absolutamente nada) atrás…

Já no séc. XX surgiram os primeiros conflitos atribuídos ao IRA e em 1918 começou uma guerra entre irlandeses e ingleses que culminou no famoso Ireland Act (com efeitos a partir de 1921), que determinava a formação de um Estado Livre da Irlanda (Eire) e de uma província do norte (Ulstler), de maioria protestante e que continuava ligada aos ingleses. O grande impulsionador deste tratado foi Michel Collins, um estadista que não era a favor da violência nem do terrorismo, mas que sentiu que a única forma de pressionar os ingleses a negociar era através do uso de guerrilha cirúrgica. E este resultado, não sendo bom... sempre era melhor que nada!

Só em 1949 é que os ingleses reconheceram formalmente a independência da Irlanda, mas não souberam devolver na totalidade o que haviam roubado séculos antes.

Mas a guerra continuou... O facto de a Inglaterra não ter devolvido a Irlanda do Norte aos Irlandeses só incentivou mais a luta armada contra os ocupantes... Até que o conflito conheceu os seus momentos mais dramáticos (ver post de Janeiro neste blog), durante uma manifestação pacífica e contra a lei "Internment" (introduzida pelo governo britânico em 9 de Agosto de 1971) e que permitia à polícia prender qualquer pessoa sem, julgamento, desde que fosse suspeita de terrorismo. O exército britânico abriu fogo sobre esse grupo de manifestantes civis, pacíficos e desarmados, matando 13 pessoas... Foi o dia que ficou conhecido como "Sunday, Bloody Sunday". Graças a esta tragédia, o IRA consegiui recrutar um mar de jovens que se alistavam para defender a causa independentista.

Em Maio de 1998 foi assinado o Tratado de Paz em que um dos pontos diz cinicamente que a Irlanda do Norte continua a pertencer à Inglaterra a menos que a maior parte da população opte pela separação. Isto é de risos! Com a política ocupacionista promovida pelos ingleses ao longo dos séculos com particular incidência sobre a província do Norte (Irlanda do Norte), está claro de ver que a maior parte dos seus habitantes são protestantes…

Claro que o tratado de paz assinado em Maio de 1998 não é justo na minha opinião… mas é sempre preferível a PAZ!



(...)
Soldiers are we
whose lives are pledged to Ireland;
Some have come
from a land beyond the wave.
Sworn to be free,
No more our ancient sire land
Shall shelter the despot or the slave.
Tonight we man the gap of danger
In Erin's cause, come woe or weal
'Mid cannons' roar and rifles peal,
We'll chant a soldier's song.
(...)

quarta-feira, agosto 01, 2007

Nada acontece por acaso!

"...O maior erro do ser humano, é tentar tirar da cabeça aquilo que não sai do coração..."


Um dia, um rapaz pobre que vendia mercadorias de porta em porta para pagar seus estudos, viu que só lhe restava uma simples moeda de dez centavos e tinha fome.

Decidiu que pediria comida na próxima casa. Porém, seus nervos o traíram quando uma encantadora mulher jovem lhe abriu a porta.

Em vez de comida, pediu um copo de água. Ela pensou que jovem parecia faminto e assim lhe deu um grande copo de leite. Ele bebeu devagar e depois lhe perguntou:
- Quanto lhe devo?
- Não me deves nada. - Respondeu ela.

E continuou:
- Minha mãe sempre nos ensinou a nunca aceitar pagamento por uma oferta caridosa.
Ele disse:
- Pois te agradeço de todo coração.

Quando Howard Kelly saiu daquela casa, não só se sentiu mais forte fisicamente, mas também sua fé em Deus e nos homens ficou mais forte. Ele já estava resignado a se render e deixar tudo.

Anos depois, essa jovem mulher ficou gravemente doente. Os médicos locais estavam confusos. Finalmente enviaram-na à cidade grande, onde chamaram um especialista para estudar sua rara enfermidade. Chamaram o Dr. Howard Kelly.

Quando escutou o nome do povoado de onde ela viera, uma estranha
luz encheu seus olhos. Imediatamente, vestido com a sua bata de médico, foi ver a paciente. Reconheceu imediatamente aquela mulher. Determinou-se a fazer o melhor para salvar aquela vida.
Passou a dedicar atenção especial àquela paciente. Depois de uma demorada luta pela vida da enferma, ganhou a batalha.

O Dr. Kelly pediu a administração do hospital que lhe enviasse a factura total dos gastos para aprová-la. Ele conferiu-a, depois escreveu algo e mandou entregá-la no quarto da paciente.

Ela tinha medo de abri-la, porque sabia que levaria o resto da sua vida para pagar todos os gastos.

Mas finalmente abriu a factura algo lhe chamou a atenção, pois estava escrito o seguinte: "Totalmente pago há muitos anos com um copo de leite. Ass.: Dr. Howard Kelly."

Lágrimas de alegria correram dos olhos da mulher e seu coração feliz rezou assim: “Graças meu Deus porque teu amor se manifestou nas mãos e nos corações humanos."


"Na vida nada acontece por acaso. O que você faz hoje, pode fazer a diferença em sua vida amanhã."


"Tudo o que fizerdes a um destes meus irmãos pequeninos é a mim que o fazeis" (Mt 24,40).

Festa!


Já aí vem o meu terceiro... sobrinho!
E é um rapazinho!
Iuuuuuuuuuuuuupiiiiiiiiiiiiiiiii!!!!!!!!


 
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