quarta-feira, abril 25, 2007

Liberdade

PORTUGAL LIBERTADO


Em meio século subjugado
Por tenebroso fascismo
Portugal foi mergulhado
No mais negro obscurantismo
Acrescendo às desventuras
«Pides» prendiam, matavam
Usando incríveis torturas
Aos que mudos não ficavam.
E fugindo ao cativeiro,
À fome e à guerra imperante
Se espalhou p’lo orbe inteiro
Um Portugal emigrante.
Mês se se sufoca a fala
Do protesto e indignação
Dentro d’alma ninguém cala
A voz de quem tem razão.
Dia após dia, hora a hora
A nossa gente ansiava
Ver raiar a nova aurora
Em que já não fosse escrava!
Deu flor a velha raiz:
E eis que heróis, de fronte erguida
Reconquistaram ao País
A dignidade perdida
Com coragem abnegada
E ânimo varonil
Abriram a madrugada
Do 25 de Abril!
Em denodado valor
Honraram as suas fardas
E com a vermelha cor
Dos cravos nas espingardas
Granjearam-nos o respeito
Do mundo, à volta de nós
Ao destroçar do conceito
Do «orgulhosamente sós»…
Demonstraram à evidência
O que somos e valemos
E esse alerta de consciência
Nunca mais o esqueceremos.
CAPITÃES DE ABRIL: A História
Pelos séculos vindouros
Perpetuará vossa glória
E vos coroará de louros,
E em grata emotividade
Nessa lusitana terra
Sempre o vosso nome há-de
Estar ligado a quanto encerra
A palavra: LIBERDADE!


Maria Amélia Carvalho de Almeida
(n. 03-12-1906)

Poema premiado no Concurso de Poesia
de Santiago do Cacém (1984)

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