Ultimo Reduto
Meu coração é bom naturalmente.
Gosta do mar, da terra e das crianças.
Bate uma vida inteira sem mudanças,
Se ninguém o magoar.
No seu calor, é quente
Qualquer amor que o venha visitar.
Fonte dum rio que dá volta ao corpo
Da humanidade,
Nunca, em nenhuma idade,
Empobreceu a força do caudal!
Generosa, fecunda e permanente,
A vermelha corrente
Regou sempre a secura do areal.
E querem duvidar desta certeza!
Querem que uma represa
De amargura
Seja a vil sepultura
Dum abraço que sempre se alargou!
Querem que a noite da desilusão
Se dobre sobre cada pulsação
Da onda que a ternura levantou!
Alto ladrões do sol da primavera!
O que querem roubar,
é uma flor que supera
O fruto !
Uma presença tão familiar
Que nos deixa de luto
Se faltar.
Miguel Torga - "Cântico do Homem"
Meu coração é bom naturalmente.
Gosta do mar, da terra e das crianças.
Bate uma vida inteira sem mudanças,
Se ninguém o magoar.
No seu calor, é quente
Qualquer amor que o venha visitar.
Fonte dum rio que dá volta ao corpo
Da humanidade,
Nunca, em nenhuma idade,
Empobreceu a força do caudal!
Generosa, fecunda e permanente,
A vermelha corrente
Regou sempre a secura do areal.
E querem duvidar desta certeza!
Querem que uma represa
De amargura
Seja a vil sepultura
Dum abraço que sempre se alargou!
Querem que a noite da desilusão
Se dobre sobre cada pulsação
Da onda que a ternura levantou!
Alto ladrões do sol da primavera!
O que querem roubar,
é uma flor que supera
O fruto !
Uma presença tão familiar
Que nos deixa de luto
Se faltar.
Miguel Torga - "Cântico do Homem"
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