segunda-feira, março 24, 2008

Estou vivo e escrevo sol

s/t (2007)
Rui C.


Eu escrevo versos ao meio-dia
e a morte ao sol é uma cabeleira
que passa em fios frescos sobre a minha cara de vivo
Estou vivo e escrevo sol

Se as minhas lágrimas e os meus dentes cantam
no vazio fresco
é porque aboli todas as mentiras
e não sou mais que este momento puro
a coincidência perfeita
no acto de escrever e sol

A vertigem única da verdade em riste
a nulidade de todas as próximas paragens
navego para o cimo
tombo na claridade simples
e os objectos atiram suas faces
e na minha língua o sol trepida

Melhor que beber vinho é mais claro
ser no olhar o próprio olhar
a maraviha é este espaço aberto
a rua
um grito
a grande toalha do silêncio verde


António Ramos Rosa

2 comentários:

Ana disse...

Ramos Rosa é incontornável, mas a foto está fantástica;)*

Rui disse...

É sim senhola! Aprecio a sua poesia!
Obrigado pelas tuas palavras simpáticas... De facto, às vezes consigo umas fotos bonitas... modéstia à parte ;-) eheh
Um momentâneo lapso de inspiração! :-)

 
eXTReMe Tracker
eXTReMe Tracker