segunda-feira, julho 13, 2009

estou escondido na cor amarga do fim da tarde


estou escondido na cor amarga do
fim da tarde. sou castanho e verde no
campo onde um pássaro
caiu. sinto a terra e orgulho
por ter enlouquecido. produzo o corpo
por dentro e sou igual ao que
vejo. suspiro e levanto vento nas
folhas e frio e eco. peço às nuvens
para crescer. passe o sol por cima
dos meus olhos no momento em que o
outono segue à roda do meu tronco e, assim
que me sinta queimado, leve-me o
sol as cores e reste apenas o odor
intenso e o suave jeito dos ninhos ao
relento

valter hugo mãe in "estou escondido na cor amarga do fim da tarde"

2 comentários:

Ana disse...

gosto muito da escrita dele:) poderoso... afiado como uma faca ;)

Rui disse...

:-)
também eu...
é um inconformado... e é disso que a humanidade/sociedade precisa: um agitador de consciências!

 
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