Foto: L.Ag
Nos meus lugares de silêncio
Os dias são plenos de espaço
E em todos te sorrio
Na esperança que as palavras
Que carrego comigo
Não sejam apenas sangue
Mas também como marés
Que beijam as praias
Com ósculos de espuma...
"Palavras Desgarradas" - R. Lima
quinta-feira, julho 31, 2008
Palavras ao Vento
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quinta-feira, julho 24, 2008
Flying...
Viva La Vida or Death and All His Friends - Coldplay
Soprado por Rui à(s) 21:42 0 fragrâncias
domingo, julho 20, 2008
quinta-feira, julho 17, 2008
Havia um homem que corria...
O orvalho de muita manhã.
Corria de noite, como no meio da alegria,
pelo orvalho parado da noite.
Luzia no orvalho. Levava uma flecha
pelo orvalho dentro, como se estivesse a ser caçado
loucamente
por um caçador de que nada sabia.
E era pelo orvalho dentro.
Brilhava.
(...)
Pelo orvalho dentro.
De dia. De noite.
A sua cara batia nas candeias.
Batia nas coisas gerais da manhã.
Havia um homem que ia admiravelmente perseguido.
Tomava alegria no pensamento
Do orvalho. Corria.
(...)
- como no meio do orvalho o amor é total.
Havia um homem que ficou deitado
com uma flecha na fantasia.
A sua água era antiga. Estava
tão morto que vivia unicamente.
Dentro dele batiam as portas, e ele corria
pelas portas dentro, de dia, de noite.
Passava para todos os corpos.
Como em alegria, batia nos olhos das ervas
que fixam estas coisas puras.
Renascia.
Herberto Helder - "Elegia Múltipla, III"
in "Ou o Poema Contínuo"
Soprado por Rui à(s) 01:27 0 fragrâncias
quarta-feira, julho 09, 2008
Abraçonhando
Sonhei... que daqui te abraçava, eterna e ternamente... a ti cidade bela, minha amante... minha feiticeira!
Soprado por Rui à(s) 23:30 0 fragrâncias
sábado, julho 05, 2008
Quase...
Ainda pior que a convicção do não
e a incerteza do talvez
é a desilusão de um quase.
É o quase que me incomoda,
que me entristece, que me mata
trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga,
quem quase passou ainda estuda,
quem quase morreu está vivo,
quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades
que escaparam pelos dedos,
nas chances que se perdem por medo,
nas idéias que nunca sairão do papel
por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes,
o que nos leva a escolher uma vida morna;
ou melhor não me pergunto, contesto.
A resposta eu sei de cor,
está estampada na distância
e frieza dos sorrisos,na frouxidão dos abraços,
na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados.
Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz.
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.
Talvez esses fossem bons motivos
para decidir entre a alegria e a dor,
sentir o nada, mas não são.
Se a virtude estivesse mesmo no meio termo,
o mar não teria ondas,
os dias seriam nublados
e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina, não inspira,
não aflige nem acalma,
apenas amplia o vazio
que cada um traz dentro de si.
Não é que fé mova montanhas,
nem que todas as estrelas estejam ao alcance,
para as coisas que não podem ser mudadas
resta-nos somente paciência
porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória
é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Pros erros há perdão;
pros fracassos, chance;
pros amores impossíveis, tempo.
De nada adianta cercar um coração vazio
ou economizar alma.
Um romance cujo fim
é instantâneo ou indolor
não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque,
que a rotina acomode,
que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você.
Gaste mais horas realizando que sonhando,
fazendo que planejando,
vivendo que esperando porque,
embora quem quase morre esteja vivo,
Sarah Westphal Batista da Silva
(A autoria inicial do texto era atribuída a Luís Fernando Veríssimo,
mas... o escritor já revelou que não)
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quarta-feira, julho 02, 2008
Toca a "Rufar"...
Concerto de Rufus Wainright em Famalicão
Interessante...
Mas esperava que tivesse sido melhor...
Pontos altos? O seu humor corrosivo/indiscreto e também a inevitável Hallelujah... (a da BSO do Shrek...) lol
2008/06/28
Soprado por Rui à(s) 01:01 3 fragrâncias