sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Esgotei o meu mal, agora

Fecha-se uma porta...
Rui C. (2007)

Esgotei o meu mal, agora
Queria tudo esquecer, tudo abandonar
Caminhar pela noite fora
Num barco em pleno mar.

Mergulhar as mãos nas ondas escuras
Até que elas fossem essas mãos
Solitárias e puras
Que eu sonhei ter.

Sophia de Mello Breyner Andresen

Tudo tem um fim...



ENFIM...




quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Buried Bones



Tindersticks


Uma música... Um filme...


quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Ctrl + Alt + Del




:-(




segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Escrita de um sonho breve


Na curva de um sonho,
Encontrei ternura e magia
Ness'olhar sereno e risonho...

Na curva de um sonho
Rui C. (2008)



Esperarei calma e tranquilamenteAté que minha esperança
Se antepasse e envelheça...



Até que a Espera(nça) Se Envelheça...
Rui C. (2008)



Através dos ramos,
Uma luz baça e longínqua...
Onde estás?

Onde Estás?
Rui C. (2008)



Textos (excertos):
R. Lima

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Tela Abensonhada

Tela Abensonhada
Rui C. (2008)


Procuro-te
Procuro a ternura súbita,
os olhos ou o sol por nascer
do tamanho do mundo,
o sangue que nenhuma espada viu,
o ar onde a respiração é doce,
um pássaro no bosque
com a forma de um grito de alegria.

Oh, a carícia da terra,
a juventude suspensa,
a fugidia voz da água entre o azul
do prado e um corpo estendido.

Procuro-te: fruto ou nuvem ou música.
Chamo por ti, e o teu nome ilumina
as coisas mais simples:
o pão e a água,

a cama e a mesa,
os pequenos e dóceis animais,
onde também quero que chegue
o meu canto e a manhã de maio.

Um pássaro e um navio são a mesma coisa
quando te procuro de rosto cravado na luz.
Eu sei que há diferenças,
mas não quando se ama,
não quando apertamos contra o peito
uma flor ávida de orvalho.

Ter só dedos e dentes é muito triste:
dedos para amortalhar crianças,
dentes para roer a solidão,
enquanto o verão pinta de azul o céu
e o mar é devassado pelas estrelas.

Porém eu procuro-te.
Antes que a morte se aproxime, procuro-te.
Nas ruas, nos barcos, na cama,
com amor, com ódio, ao sol, à chuva,
de noite, de dia, triste, alegre - procuro-te.


in As Palavras Interditas
Eugénio de Andrade

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Sugestão #5

Uma descoberta recente... e do melhor que tenho ouvido!
:-D

*****





“Dance With Me" (*)

Nouvelle Vague



(*) original de "Lords of the New Church



Ai, aquela voz... :-}







segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Dourado

Espectáculo solar...

Onde Me Levas... Rio?
Rui C. (2008)

Onde me levas, rio que cantei,
esperança destes olhos que molhei
de pura solidão e desencanto?
Onde me levas?, que me custa tanto.

Não quero que conduzas ao silêncio
de uma noite maior e mais completa,
com anjos tristes a medir os gestos
da hora mais contrária e mais secreta.

Deixa-me na terra de sabor amargo
como o coração dos frutos bravos,
pátria minha de fundos desenganos,
mas com sonhos, com prantos, com espasmos.

Canção, vai para além de quanto escrevo
e rasga esta sombra que me cerca.
Há outra face na vida transbordante:
que seja nessa face que me perca.



In As Mãos e os Frutos
Eugénio de Andrade

Arte Humana


Lindo!

Dá-me uma mãozinha
Rui C. (2008)






quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Um dia...

O melhor do dia foi mesmo o café Nicola (passo a publicidade, mas é o meu preferido), que bebi à tarde...
E há coisas curiosas que dão que pensar...

Quase...

Sou uma Nuvem Passageira
Rui C. (2007)



Um pouco mais de sol - eu era brasa,
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para ati
ngir, faltou-me um golpe de asa...

Se ao menos eu permanecesse aquém...
Assombro ou paz? Em vão... Tudo esvaído
Num grande mar enganador de espuma;
E o grande sonho despertado em bruma,
O grande sonho - ó dor! - quase vivido...
Quase o amor, quase o triunfo e a chama,
Quase o princípio e o fim - quase a expansão...
Mas na minh'alma tudo se derrama...
Entanto nada foi só ilusão!
De tudo houve um começo ... e tudo errou...
- Ai a dor de ser - quase, dor sem fim...
Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,
Asa que se enlaçou mas não voou...
Momentos de alma que, desbaratei...
Templos aonde nunca pus um altar...
Rios que perdi sem os levar ao mar...
Ânsias que foram mas que não fixei...
Se me vagueio, encontro só indícios...
Ogivas para o sol - vejo-as cerradas;
E mãos de herói, sem fé, acobardadas,
Puseram grades sobre os precipícios...
Num ímpeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí...
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi...
Um pouco mais de sol - e fora brasa,
Um pouco mais de azul - e fora além.
Para atingir faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...


Mário de Sá-Carneiro

Futuro do Indicativo

"Se tivesse de recomeçar a vida, recomeçava-a com os mesmos erros e paixões. Não me arrependo, nunca me arrependi. Perdia outras tantas horas diante do que é eterno, embebido ainda neste sonho puído. Não me habituo: não posso ver uma árvore sem espanto, e acabo desconhecendo a vida e titubeando como comecei a vida. Ignoro tudo, acho tudo esplêndido, até as coisas vulgares: extraio ternura duma pedra."

Raul Brandão - in Memórias

Foto tirada da Internet
(sem créditos)

Pretérito Imperfeito do Indicativo

Gastámos Tudo Menos o Silêncio
Mariah


Sometimes with One I Love


Sometimes with one I love
I fill myself with rage
for fear I effuse unreturn'd love,
But now I think there is no unreturn'd love,
the pay is certain one way or another,
(I loved a certain person ardently
and my love was not return'd,
Yet out of that I have written these songs.)



Walt Whitman


quarta-feira, fevereiro 06, 2008

O meu último Voo Nocturno

Swordfish Augusta Raid Aug 1940
by C McHugh


Voo Nocturno


Agora já não vejo o sol
nem o seu reflexo lunar
levo as asas nos bolsos
e o coração a planar
neste voo nocturno
não sei onde vou aterrar

Sinto as nuvens nos meus pulsos
e o leme sempre a consentir
são sempre os mesmos ossos
que eu insisto em partir
neste voo nocturno
só quero mesmo resistir

Neste voo nocturno sou mais leve do que o ar
neste voo nocturno não sei onde vou acordar

Em baixo há manchas no canal
mas eu não as quero ver
o aeroplano está frio
e as hélices a ferver
o nariz do avião
só obedece a quem quiser

Agora não existe nada
o meu motor "ao ralenti"
vou revendo em surdina
tudo o que eu vivi
neste voo nocturno
a madrugada vem aí


Jorge Palma

segunda-feira, fevereiro 04, 2008

Bem-aventurados os humildes...


Afinal de contas, parece que acabaram por dar a mão à palmatória! Acho que fica sempre bem saber reconhecer os nossos erros! :-)

Uma bonita atitude de humildade, ou será umildade...? ;-)
O "novo" Acordo Ortográfico está aí quase a estalar... E aos anos que é "quase"!

Sábado saem as pautas! Depois digam-me quanto tive e se dá para ir à 2ª Frequência!

Parabéns :-)

Gelukkige verjaardag!
(Dutch-Flemish)
Joyeux Anniversaire!
(Français)
Feliz Aniversário!
(Português)

Foi só uma piada!!! Eh! Eh! Eh!


domingo, fevereiro 03, 2008

Coisas que não entendo :-/

O Campeonato da Língua Portuguesa (versão 2008) brinda-nos com esta pérola!



Alguém me sabe explicar o porquê de ser uma aliteração e não um polissíndeto?
Não entendo... :-(

Dumailindo...


...

Ninguém...

sexta-feira, fevereiro 01, 2008

"Palabéns"

Palabéns Lafael...



Um mesinho já cá canta!
Ah, pois é!!!!

:-D




Onde tudo começa e onde tudo acaba

Uma exposição original de Arte Pop...
"Love & Numbers" de Robert Indiana


Amor...
Onde tudo começa...

Amor - Robert Indiana
(Praça Marquês de Pombal)


Ou o fascínio dos números...
No início era o Verbo!

One - Robert Indiana
(Av. da Liberdade)


A eterna procura... A dois!

Two - Robert Indiana
(Av. da Liberdade)


A felicidade... da multiplicação...

Three - Robert Indiana
(Av. da Liberdade)

Quadratura!

Four - Robert Indiana
(Av. da Liberdade)


As estrelas...

Five - Robert Indiana
(Av. da Liberdade)


Devil number... :-(

Six - Robert Indiana
(Av. da Liberdade)


Lucky number! Not mine!
Alguma magia...!

Seven - Robert Indiana
(Av. da Liberdade)


My lucky number.
Nunca acaba... o "número-infinito"!

Eight - Robert Indiana
(Av. da Liberdade)

Noves fora...

Nine - Robert Indiana
(Av. da Liberdade)

... Nada!
O Santo Graal dos Números!

Zero - Robert Indiana
(Restauradores)


A eterna demanda!

Love - Robert Indiana
(Rossio)

Deviam ser apenas estas as paredes/muros da nossa vida... Love Wall!

Love Wall - Robert Indiana
(Rossio)


Love! ... e onde tudo acaba!

Imperial Love - Robert Indiana
(Rossio)


Fotos: R. Coelho (2008)


Interessante a coincidência! Uma viagem através da Liberdade, começando no Amor e acabando nele mesmo...

Em exposição até ao final do mês.

 
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